Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 9 — Afeganistão, assim como o uso de drones para eliminar inimigos sem importar-se com os mal denominados danos colaterais – autênticos assassinatos emmassa – e seguiu apoiando a guerra de ocupação no Iraque; manteve a infernal prisão de Guantánamo, apesar de suas promessas de campanha; sua gestão respaldou os golpes de estado, supostamente brandos, emHonduras, Paraguai e Brasil; não revogou o bloqueio contra Cuba, embora tenha reiniciado as relações diplo- máticas com o país; continuou com a ocupação da Colômbia através de bases militares que ameaçam Venezuela e Bolívia, apoiando aber- tamente os esforços das direitas locais para derrubar os governos de- nominados progressistas. Tudo isso justificado pelo direito de levar a todos os confins do mundo a suposta guerra justa e necessária da - quela que qualificou literalmente como “a única nação indispensável que existe no planeta”, e apesar dos altos custos políticos internos no plano eleitoral que levaram Trump à presidência. Dentro da política estadunidense, e do que é considerado “po - liticamente correto”, Trump expressa a estridência, a vulgaridade, a ignorância, o grotesco do que se tem denominado obscurantismo estadunidense. O perfil do eleitor que decidiu a vitória de Trump há três anos, de acordo com a pesquisa realizada pelo consórcio Edi- son Research Election Pool, refere-se a um homem (53% votaram em Trump), branco (58%), com mais de 45 anos de idade (53%), sem ensino superior (67%), residente em zona rural (62%), con- servador (81%), protestante ou evangélico (58%), branco evangé- lico (81%), que frequenta a igreja uma vez por semana (56%), é casado (53%) e fez serviço militar (61%). Na política, os temas que mais interessam a este eleitor são a imigração (64%) e o terroris- mo (57%), considera que sua situação econômica piorara (78%), pensa que os estrangeiros lhe roubam o trabalho (65%), quer que os imigrantes sejam deportados (84%), reprovava o trabalho de Obama (90%), estava irritado com seu governo (77%) e crê que deve ser construído o famoso muro na divisa com México (86%).

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