Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 56 — os militares e cuja missão, nos últimos anos, vem sendo convencer os estrategistas da contrainsur- gência de que “a antropologia pode ser uma arma mais efetiva que a artilharia.” (López y Rivas, 2018, p. 78). McFate ignora e se irrita com as críticas de seus colegas da academia, a quem considera trancados em uma torre de marfim e mais “interessados em elaborar resoluções do que encontrar soluções”. Ela tem sido a “comissária política” dos militares, uma das autoras do já citado manual de contrainsurgência, criadora do programa Sistema Operacional de Investigação Humana em Campo iniciado pelo Pentágono e assessora do gabinete do Secretário de Defesa – todo um êxito do American way of life . 20 Na verdade, a participação de antropólogos em missões co- loniais e imperialistas é tão antiga quanto a propria Antropologia, que se estabelece como ciência estreitamente ligada ao colonialis- mo e aos esforços para impor, em âmbito mundial, as relações de dominação e exploração capitalistas. Um clássico sobre este tema é o livro de Gérard Leclercq, Antropologie et colonialisme (1972), que, em sua introdução, afirma: O nascimento comum do imperialismo colonial contemporâneo e da antropologia igualmente con- temporânea pode ser situado na segunda metade do século XIX. Colocaremos em evidência a relação da ideologia imperialista, da qual a antropologia é apenas um de seus elementos, com a ideologia co- lonial, e as razões pelas quais uma investigação “de campo” era necessária e possível pela colonização de tipo imperialista. (Leclercq, 1972, p. 15). 20 Em inglês no original. [N. dos T.]

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