Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 45 — ciation of Humanitarian Lawyers, com sede em São Francisco, Cali- fórnia. Este documento, publicado eletrônicamente por numerosas organizações estadunidenses que se manifestam contra a guerra de ocupação no Iraque, constitui um artefato jurídico extraordiná- rio, que, se alcançar suas últimas consequências, conduzirá a um tribunal internacional o próprio ex-presidente W. George Bush, co- mandante em chefe das forças expedicionárias dos Estados Unidos no início da invasão e subsequente ocupação daquele país, além de seus generais, por genocídio e crimes de guerra. O relatório parte da hipótese de que a atual violência da guer- ra e o caos reinante no Iraque são consequências diretas da ilegali- dade da invasão, da ocupação daquele país e das estratégias, táticas e armamentos utilizados para manter tal ocupação. O informe do- cumenta de forma incontestável estas transgressões e convoca a to- dos os estadunidenses a exigir uma investigação para processar os líderes civis e militares que violam o direito internacional e as leis dos Estados Unidos. Contrário ao argumento do Pentágono de que os abusos e as violações das leis humanitárias no Iraque são perpe- trados por algumas “maçãs podres” identificaveis nos exércitos de ocupação britânico e estadunidense, a investigação sustenta que a essência mesma do início da guerra, os bombardeios, as decisões tomadas pelo topo da hierarquia civil e militar, a fim de efetuar a conquista do Iraque em 2003 – assim como a atuação das forças de ocupação até a data de saída da maior parte das tropas, os evi- dentes fracassos para reconstruir e garantir a infraestrutura civil e social básica e a segurança pública, os armamentos e táticas de combate à resistência, o tratamento desumano para com homens, mulheres, idosos e crianças –, constituem crimes de guerra que in- tegram um contexto geral no qual atua toda a cadeia de comando, dos generais aos soldados rasos.

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