Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 97 — A partir desta proposição essencial , o manual cobre, em deta- lhes, todas as facetas da guerra contrainsurgente monitorada pe- los militares estadunidenses: atividades que antecedem a missão intervencionista, as análises preliminares, as autorizações para treinamento, a implantação na nação anfitriã, os programas de ins - trução das tropas, as operações táticas, o controle da população, as operações conjuntas, as atividades posteriores à missão, bem como anexos que vão desde considerações legais ( sic ), operações de inte- ligência, forças de autodefesa civil (paramilitares), estabelecimento de bases, técnica de minas e outras. 34 Como em outros manuais comentados, este texto dá impor- tância ao verniz culturalista que os colegas antropólogos dedica- dos à contrainsurgência têm recomendado aos militares. Isso inclui uma espécie de manual de urbanidade com regras elementares de etiqueta e bom comportamento para que os nativos não se sintam diminuídos, manipulados ou discriminados pelos assessores grin- gos, subitamente transformados em poliglotas, corteses, cuidado- sos do multiculturalismo, das diferenças de gênero e guardiões das leis e dos hábitos democráticos que aprenderam no Iraque ou Afe- ganistão. Tal suporte, ou “educação”, é oferecido a um preço menor do que custou em países destruídos e aterrorizados pelas execu- ções , por torturadores, desaparecidos e prisioneiros. O manual não descuida do papel da imprensa e dos meios de comunicação de massa nos esforços contrainsurgentes, entre eles, claro, o Serviço de Informação dos Estados Unidos (USIA), o qual se atribui a tarefa de influir na opinião pública de outras nações, em favor dos já assinalados objetivos da política exterior de seu gover- no, publicizando suas ações, fazendo contrapropaganda às opiniões contrárias aos Estados Unidos, coordenando as operações psicoló- gicas abertas sob a guia do Departamento do Estado. 34 Ibdem , pp. 1-2.

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