Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 91 — ção Bowman. Recordemos que os geógrafos contrainsurgentes apa- recem em momentos de plena mobilização da Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO). Com segurança, os povos de Honduras saberão responder a essa rapinagem acadêmica imperialista. Mais uma vez, Expedições Bowman na Costa Rica Em de maio de 2015, Peter Herlihy, operador acadêmico das Expedições Bowman, foi convidado para um “conversatório” 29 na Universidade Nacional da Costa Rica, para responder às denúncias que se fizeram sobre o projeto “América Central Indígena”, intitula - do por seu pesquisador principal, Jerome E. Dobson, de “A geografia humana da resiliência e da mudança: Direitos de terra e a estabili- dade nas Sociedades Indígenas da América Central”. Acusando-me de fabricar discursos para dificultar seu traba - lho no México, Honduras e Costa Rica, “para gravá-los na mente de professores e alunos”, e de mentir sobre sua relação com militares estadunidenses, Herlihy declara sentir-se “orgulhoso” de receber fundos (3 milhões de dólares nos primeiros três anos) através da considerada, pelo investigador, “prestigiosa” Iniciativa Minerva, um consórcio que, como se lembrará, foi estabelecido pelo então Secre- tário de Defesa dos Estados Unidos, em 2008, com o propósito de financiar investigações de interesse estratégico para a “segurança nacional” desse país. Sustenta, com humor involuntário, que rece- ber financiamento de Minerva “é como uma bolsa do Departamento de Educação”, e que tal consórcio “não tem fins militares e sim edu - cativos”. O professor Herlihy, que não poupa adjetivos ao qualificar seu trabalho de 30 anos “em benefício dos povos indígenas”, afirma 29 Esse é um termo informal mexicano para algo que é mais formal que uma con- versa entre amigos acadêmicos e menos formal que um seminário. Por ser um neologismo bastante interessante, preferimos manter no original [N. dos T.]
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