Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 90 — “ follow the money ” , aconselhava “Garganta Profunda” aos jornalis- tas que investigavam o Caso Watergate . Se a Universidade Autôno - ma de San Luís de Potosí, no México, e a Universidade Pedagógica Nacional Francisco Morazán, em Honduras, tivessem “seguido a pista do dinheiro” teriam chegado ao Pentágono. A outra hipótese é que essas autoridades estavam a par dos apoios econômicos do Departamento de Estudos Militares para o Exterior e que, por razões pragmáticas ou afinidades ideológicas, não tiveram dúvidas sobre continuar a manter as “trocas científi - cas” com os geógrafos da Universidade do Kansas. Nesse sentido, é significativo que, em uma promoção da Sociedade de Geógrafos Americanos (sic) sobre o Projeto México Indígena como “protótipo” das Expedições Bowman, se ostentem os logotipos da Universidade Autônoma de San Luis Potosí, da Universidade do Kansas, da Uni - versidade de Carleton-Canadá, da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais junto do logotipo bem visível do Foreign Military Studies Office do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. 28 Ver para crer! De todo modo, explica-se – em parte — que as orga- nizações Garífunas quem têm denunciado às Expedições Bowman em seu país me comuniquem que suas petições foram amplamente ignoradas pelas autoridades acadêmicas e governamentais, assim como pelos meios de comunicação hondurenhos. Não é casual que Honduras (país que sofreu um golpe de Esta- do sangrento com o suporte subterrâneo dos Estados Unidos, com um importante movimento cidadão, indígena, negro e popular bru- talmente reprimido, com muitos mortos, desaparecidos, presos e torturados e com ao menos oito bases militares e postos de inteli- gência estadunidenses no seu território) seja objeto de uma Expedi- 28 Disponível em: <openanthropology.files.wordpress.com/2010/06/agsmexico. pdf>.
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