Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 66 — Como os comandantes e estrategistas militares exigem “apro - fundar o conhecimento das culturas, percepções, valores, crenças e processos de tomada de decisões de indivíduos e grupos” (United States, 2006, cap. 3, par. 2), o Pentágono incorporou equipes de es- pecialistas em economia, antropologia e ciência política que desem- penham um papel no que é tecnicamente chamado de “Preparação de Inteligência do Campo de Batalha”. Essa preparação consiste no processo contínuo e sistemático de análise da ameaça possível do inimigo e do meio ambiente em uma região geográfica específica. Os cientistas sociais não são mais que um instrumento de guerra, uma vez que as decisões finais são tomadas por militares O Manual descreve o tipo de informação que esses singulares mercenários acadêmicos coletam. Por exemplo, grupos tribais e de familiares no Ira- que e Afeganistão cruzam as fronteiras nacionais dos países vizinhos. As relações além das fronteiras permitem aos insurgentes contar com o refúgio se- guro fora de seu país e os ajudam no tráfico trans - fronteiriço. A área de interesse pode ser grande em relação à AO (área operativa). Muito frequen- temente, esta pode ser influenciada por vários fa - tores, tais como: redes familiares, tribais, étnicas, religiosas e outras que vão além da área de opera- ções; relações de comunicação e econômicas com outras regiões; [...] a população dos Estados Unidos [US populace] e os sócios multinacionais; apoios externos financeiros, logísticos e morais do inimi - go. (United States, 2006, cap. 3, par. 11).
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