Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 65 — Estados Unidos e trazer para casa o que ele pedis- se, independentemente de qualquer consideração moral. Eu era um psicopata porque nos ensinaram a atirar primeiro e perguntar depois, como o faria um doente e não um soldado profissional que ape - nas deve enfrentar outro soldado. Se tinhamos que matar mulheres e crianças, assim o fazíamos. Por- tanto, não éramos soldados, éramos mercenários. (Massey, 2007, online). Inteligência na contrainsurgência Se em qualquer tipo de conflito bélico o trabalho de inteligên - cia é indispensável, na contrainsurgência é particularmente vital, afirmam os militares estadunidenses. Por isso o capítulo chave do Manual de Contrainsurgência 3-24 trata precisamente das caracte- rísticas da inteligência nesta guerra assimétrica. Do mesmo modo, dado que as conflagrações que os Estados Unidos estão levando a cabo ocorrem em espaços culturalmente não familiares, a desco- berta militar é a colaboração de cientistas sociais nas campanhas imperialistas contra os movimentos revolucionários e de resistên- cia nacional. A antropóloga contrainsurgente Montgomery McFate explica dessa maneira: Em um conflito entre adversários simétricos, no qual ambos são uniformemente semelhantes e usam tecnologia similar, compreender a cultura do adversário é em grande medida irrelevante. A Guerra Fria, com toda sua complexidade, enfrentou entre si dois poderes de herança europeia. Em uma operação de contrainsurgência contra um adversá- rio não ocidental, porém, a cultura interessa. (Mc- Fate, 2005, p. 24).

RkJQdWJsaXNoZXIy MTA3MTQ=