Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 57 — No México, é preciso lembrar o papel protagonista desempe- nhado pelos antropólogos na elaboração das políticas indigenistas no momento em que Manuel Gamio – pai fundador da disciplina neste país – definiu a antropologia como “a ciência do bom gover - no”, iniciando um casamento entre antropólogos e o Estado mexica- no, desfeito – em parte – quando o movimento popular-estudantil de 1968 criou as condições para que as correntes críticas se mani- festassem e denunciassem o papel de cumplicidade da antropolo- gia mexicana pós-revolucionária no fortalecimento do colonialismo interno que foi rompido pela rebelião zapatista. A grotesca maquiagem cultural da antropologia contrainsur- gente não muda a natureza brutal das ocupações imperialistas, nem ganhará as mentes e corações dos povos que resistem, tam- pouco dos milhões de estadunidenses que cada vez mais se mani- festam contra as guerras permanentes de seu governo.

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