Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 42 — Estados Unidos e Israel (e também Canadá) sustentam uma boa parte de suas economias com base na indústria armamentista, que é de caráter privado. A forma como o mercado de armas tem prosperado nos EUA, que coloca a disposição de particulares ar- senais sofisticados completos, indica uma privatização do uso da força. Atentados como os de Oklahoma demonstram isso. Outro fe- nômeno similar tem sido a colocação “no mercado” do enorme po - tencial armamentista da ex-União Soviética, com máfias envolvidas neste lucrativo negócio. Quando a contenção soviética desapareceu no Oriente Médio, a política agressiva de Israel aumentou na região, o que veio a de- sencadear uma espiral de violência. Os governos ultranacionalistas israelenses realizaram campanhas militares de extermínio e siste- maticamente ignoraram as múltiplas resoluções da ONU a respei- to do problema palestino. A possibilidade de uma solução pacífica para este longo conflito se torna sempre difícil, uma vez que se mul - tiplica o ódio baseado em fatores nacionalistas, o que dá lugar a po- sições cada vez mais irredutíveis. Tudo isso constitue um ambiente sócio-político propício para o terrorismo. O neoliberalismo provoca fenômenos de polarização no âmbito global e em cada um dos países, o que deriva em situações de ex- clusão social, econômica e política da maioria da população, criando sociedades neuróticas e criminalizadas. Desapareceu o Muro de Ber- lim, mas se criou o muro que separa os globalizados dos marginali- zados, dos excluídos da globalização. Este é um foco de conflitos e, portanto, um dos geradores da violência. A morte por fome e por enfermidades curáveis, a pauperização forçada da maioria da população, a ideia de que a “política” não serve, o rancor social ou baseado em critérios raciais ou étnicos são alguns aspectos que fazem sentir, emescala global, que estamos sentados em um barril de pólvora.
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