Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 36 — No parágrafo seguinte, a declaração manifesta no art. 2 que a luta dos povos, incluindo a luta armada contra o invasor estrangeiro, a agressão, o colonialismo e a hegemonia, que visando a libertação e a autode- terminação de acordo com os princípios do direito internacional, não será considerada um crime ter- rorista. (Oganisation of Islamic Cooperation, julho 1999). Os estadunidenses têm outra visão do terrorismo, que se ex- pressa na seguinte definição: “Violência premeditada, com motiva - ção política, perpetrada contra alvos não combatentes por grupos não estatais ou por agentes estatais clandestinos, geralmente com a finalidade de influenciar uma população.” (United States, Code of Federal Regulation, 1995, p. i). A definição anterior se esquece de algo fundamental: a situa - ção latente no lugar do ato catalogado como terrorista e, em con- sequência, a natureza defensiva ou ofensiva do ato violento. Tal definição também se esquece de referir-se ao Estado como uma ins - tituição que pode incutir terror diretamente e não apenas de forma “clandestina”. Como exposto acima, os estrategistas estaduniden - ses (aos quais podemos somar os europeus e os israelitas) tentam evadir sua responsabilidade nas ações violentas dirigidas contra outras nações em suas ofensivas neocolonialistas e imperialistas. Essa é a razão pela qual os representantes dos Estados Unidos e de outros países capitalistas recusaram que fosse ampliada a definição de terrorismo para os atos cometidos por Estados no debate sobre o tema na Organização das Nações Unidas. Distintos analistas, entre eles Noam Chomsky e Willian Schulz (dirigente da Anistia Internacional nos Estados Unidos), asseguram que se trata de uma forma de terrorismo de Estado, pois conta com o suporte do aparato estatal para ser posto em prática. Chomsky
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