Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 23 — nalidad” (destinado a questionar as possibilidades econômico-po - líticas futuras, no campo da contrainsurgência, de massas crescen- tes da classe trabalhadora sem ocupação expulsa dos mercados de trabalho em países como Chile, Argentina etc), assim como a crítica à revista “literária” Mundo Nuevo (entre outras), em que as cédulas manchadas de sangue provinham dos aparelhos de inteligência dos Estados Unidos. Como o faziam? Através da mediação de suas “fachadas cul - turais” (como as denominou em sua época o crítico cultural Angel Rama), instituições intermediárias – fundações – que lavavam o di- nheiro sujo e o colocavam em mãos de cientistas sociais... que acei- tavam ser comprados. Convém resgatar do esquecimento aquelas acesas denúncias contra os projetos imperialistas que usavam (mal) as ciências so- ciais em tarefas de contrainsurgência. Essas denúncias foram rea- lizadas nas décadas de 1960 e 1970 pelos cubanos Roberto Fer- nandez Ratamar, da revista Casa de las Américas , e professores do Departamento de Filosofia da Universidad de La Havana, com suas revistas Pensamiento Crítico e Referencias ; pelo uruguaio Án - gel Rama, em sua revista Marcha ; pelos argentinos Gregorio Selser, Daniel Goldstein e Daniel Hopen (este último sequestrado-desapa- recido em 1976, durante o governo do general Videla); pelos mexi- canos Pablo Gonzales Casanova e John Saxe-Fernandez; pelo norue- guês Johan Galtung; pelos estadunidenses C. Wright Mills e James Petras, entre muitas e muitos outros. Naquela época, a mais famosa das instituições que enco- briam a origem suja do dinheiro com o qual comprava cientistas sociais para colocá-los a realizar tarefas de inteligência e de con- trainsurgência era a Ford Foundation (acompanhada por outras menos famosas, mas não menos nocivas como a Farfield, a Kaplan, a Rockfeller e a Carnengie, denunciadas no livro de Frances Sto-

RkJQdWJsaXNoZXIy MTA3MTQ=