Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 153 — No âmbito da universidade a que pertenço, somo-me à crítica aos que renunciaram à teoria marxista do imperialismo, os chama- dos por Valqui de espadachins esclarecidos da burguesia transnacio- nal , e àqueles que abandonaram os rigores da análise de classe, mas seguindo totalmente as advertências de González Casanova na for- mulação das redefinições dos conceitos fundamentais. Ele enfatiza que não podemos permanecer no conceito tradicional de luta de classes, que conserva um sentido industrial e economicista do qual não se consegue desprender. O conceito de exploração também não é suficientemente abrangente. Ambos os conceitos, o de classe e o de exploração, precisam ser complementados ou superados pelos conceitos de dominação e apropriação do excedente e da rique- za, obtida à custa dos trabalhadores e dos povos, em processos de apropriação da mais-valia e do capital acumulado, e em processos de distribuição e apropriação inequitativa do excedente e da rique- za. Ambos conceitos vinculam poder político, repressivo, informáti- co, cultural e social às relações de produção. Da mesma forma, não podemos permanecer no conceito de imperialismo sem ressaltar que, no estágio da globalização, as demarcações das “fronteiras”, do “externo” e do “interno” (em que os nacionalistas costumavam esconder as contradições internas atribuindo todos os males às externas) foram confirmadas cada vez mais em todo o mundo. No interior das nações está o exterior. Em cada Estado-nação se dão os vínculos e redes com outros Estados-nação, com o capital multina- cional e transnacional, com o Estado global incipiente e com seus associados locais. Portanto, as lutas devem acontecer no local, no nacional e no global, privilegiando uns e outros de forma prática. E sem negligenciar nenhum nivel. (Casanova, 2009).
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