Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 150 — sos revolucionários ou eclosões sócio-políticas, foram sistematica- mente modificadas nos últimos 30 anos em função dos interesses corporativos transnacionais e dos seus parceiros. Em nossos paí- ses, estes trabalham com diligência para reformar ou violar as leis, se necessário, para fazer prevalecer o lucro privado e manter um ambiente estável para o capital transnacional. As reformas dos art. 27, 3 e 73 da Constituição, já mencionados, e as atuais propostas da Peña Nieto para a privatização de Petróleos Mexicanos (PEMEX) são exemplos paradigmáticos no México. A violação do Estado de direito tem um efeito descendente e assume características corporativas e clientelistas. Sendo o Esta- do, a classe política e empresarial em geral, e os chamados pode- res fácticos, os primeiros a violar a lei, os cidadãos, os grêmios e associações, os sindicatos e as instituições muitas vezes assumem uma prática de violação da lei: ocupam espaços públicos para seu próprio benefício, não cumprem as disposições administrativas elementares para a convivência urbana e rural, corrompem e são corrompidos. A supremacia dos interesses privados sobre os cole- tivos ocupa o lugar da responsabilidade civil e do empoderamento coletivo; constrói-se uma cultura popular de corrupção em que a honestidade é sinônimo de estupidez . Esta realidade induzida pelo poder não tem intencionalidade moral, mas política. Trata-se de combater a resistência através não apenas da repressão, mas tam- bém da cooptação. Esta dupla política visa atemorizar os movi- mentos populares antineoliberais ou torna-los cúmplices e aliados minotitários na ocupação de nossos países. As políticas culturais dos Estados e a transnacionalização cor- porativa neoliberal através dos meios de comunicação de massa, dos monopólios turísticos e das chamadas indústrias culturais se apropriaram da cultura com fins mercantis e homogeneizadores. O patrimônio cultural, como uma memória das nações em resistência
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