Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 145 — indígenas, em Morelos, Guerrero, Oaxaca ou Chiapas, conforme as pesquisas realizadas por nosso colega Eckart Boege (2013). A imperialização, por outro lado, é uma nova maneira de re- partir o mundo entre os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Rússia e China que pode levar a guerras interimperialistas. No entanto, os Estados Unidos, como poder hegemônico, têm instaurado a barbá - rie em todo o planeta, como um processo devastador da espécie hu- mana e da natureza. O terrorismo global de Estado, ou terrorismo transnacional, conta com a cumplicidade da ONU e dos governos su- postamente democráticos, que estabelecem, paradoxalmente, uma democracia despojada de todos os conteúdos participativos, com violações permanentes dos direitos humanos, demonstrando que. historicamente. o capitalismo e a democracia são incompatíveis. Da mesma forma, a democracia tutelada pelo capitalismo estabelece como principal suporte ideológico uma ditadura midiática que im- põe um pensamento único e um imaginário social que estimulam a reprodução de consumidores compulsivos, dóceis e opacos, obe- dientes, competitivos, conformistas, individualistas e narcisistas. Na análise desta reconfiguração global, há coincidências com Valqui em outros itens: por exemplo, considerar o crime organizado, a economia mafiosa, ilícita e criminosa como outras formas de acu - mulação do capital transnacional parasitário, ao qual é atribuído 5% do PIB global. O dinheiro chamado sujo , como se houvesse dinheiro limpo , vai para os megabancos e grandes empresas financeiras. Nes - te trabalho, enfatizei que o narcotráfico é uma arma vigorosa de re - colonização e de imposição do terrorismo do imperialismo mundial por outros meios que não as guerras neocoloniais. Por esta razão, concordamos em assumir o que Valqui chama de a dialética da to- talidade capitalista para decifrar como as lógicas de acumulação do capital transnacional do narcotráfico se conectam aos grandes inte - resses geopolíticos das oligarquias imperialistas nessas guerras de