Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 143 — ção diante da crise de acumulação dos anos 1970 assinalam o início das políticas neoliberais, juntamente com a revolução da informá- tica e da comunicação que marcaram estas décadas, assim como a abertura de mercados no antigo bloco socialista, incluindo a China e o Vietnã. Por isso não nos deve surpreender que a própria glo- balização se torne uma questão específica de pesquisa por colegas antropológos como Marc Abélés (2008) ou Arjun Appadurai (2007, 2001), que desenvolvem temas como o Estado-nação, cidadania, so- ciedade civil, terrorismo, violência etnocida, entre outros. Por outro lado, nossos vizinhos sociólogos, como Michel Wieviorka (2007), até se referem a uma mutação das ciências sociais. Camilo Valqui Cachi, em seu livro Marx vive: derrumbe del capi- talismo, complejidad de una totalidad violenta , propõe o conceito de imperialização para descrever essa reconfiguração global que impli - ca a transnacionalização neoliberal. Essa imperialização é definida como sendo o predomínio econômico, político, ideológico e militar do capital monopolista transnacional que se estende e se aprofunda: 1. nos recursos naturais e estratégicos do globo; 2. na mega produção e nos mega mercados; 3. nos fluxos financeiros; 4. nas pesquisas científicas e tecnológicas e, por fim, na edu - cação; 5. nas armas de destruição em massa; 6. nos meios de comunicação de massa; e 7. nas organizações internacionais, como o Conselho de Se- gurança das Nações Unidas (ONU), por exemplo. Porém, paralela e dialeticamente a este domínio, também devemos levar em conta sua contraparte, ou seja, a natureza mul- tidimensional da crise capitalista atual: econômica, social, militar, política, geopolítica, moral, epistêmica, cultural, intelectual, de ali- mentos, de matérias-primas, de energia e do meio ambiente.

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