Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 142 — ruptura da aliança social e do pacto político resultante de uma revo- lução armada que deu origem à Carta Magna de 1917, e que custou ao país um milhão de mortos. Do mesmo modo, temos as reformas recentes dos art. 3 ° e 73 da Constituição Política e suas leis secundá- rias, que prejudicam gravemente os direitos trabalhistas do magis- tério nacional e atentam gravemente contra o caráter laico, público e gratuito da educação. Além disso, as alterações aos art. 27 e 28 da Constituição representam a mais grave das ações destinadas a reverter a nacionalização que o general Lázaro Cárdenas realizou em 1938, uma vez que visam entregar nossos recursos de petróleo e eletricidade a grandes consórcios estrangeiros e nacionais privados, o que aprofundaria a perda da soberania, hipotecaria o futuro de vá- rias gerações de mexicanos e arriscaria a existência do México como uma nação independente. Quanto as segundas – os arranjos de fato –, temos o Acordo de Livre Comércio (NAFTA), a Aliança para a Segurança e a Prosperida- de da América do Norte (SPP) e a Iniciativa Mérida que prejudicam seriamente a soberania econômica e política da nação, sem que es - ses tratados e os mecanismos de ingerência tenham sido sanciona- dos pelo Congresso da União. Nem é preciso mencionar novamente que a cidadania é afetada por eles. Muitos dos processos, atores e sujeitos sociais que interessa- ram às ciências sociais – desigualdade e exclusão; povos indígenas e suas autonomias, que integram a questão étnica nacional; as di- nâmicas e identidades socioculturais; a relação entre o local e o glo- bal; o aprofundamento da violência, do racismo e da xenofobia con- tra os migrantes; a questão agrário-camponesa, entre outros – têm sido marcados pelos efeitos desta mundialização neocolonial, que também significou uma mudança notável na natureza do Estado- nação e uma verdadeira transformação geopolítica do mundo. O desmantelamento do Estado de bem-estar e sua transnacionaliza-