Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 14 — William Robinson (2013) identifica que um dos mecanismos da classe capitalista transnacional para sustentar a acumulação global diante da crise atual é a acumulação militarizada: Lançar guerras e intervenções que produzem ciclos de destruição e reconstrução e geram imensos be- nefícios para um complexo militar-carcerário-de - -industrias-de-segurança-financeiro em contínua expansão. Atualmente vivemos em uma economia global de guerra que vai muito além das “guerras verdadeiras” no Iraque e no Afeganistão. Por exem- plo, a guerra contra os imigrantes nos Estados Uni- dos e em outros lugares e, de modo mais geral, a repressão aos movimentos sociais e às populações vulneráveis é uma estratégia de acumulação, in- dependente de todo objetivo político. (Robinson, 2013, p. 8). O governo de um fascista como Donald Trump modificará a natureza do terrorismo global de Estado? Minha resposta é não. Um nacionalista xenófobo como Trump, cuja pretensão é que os Esta- dos Unidos “sejam grandes outra vez”, isto é, crente convencido do excepcionalismo e do Destino Manifesto da nação “americana” ( sic ), em seu papel de “comandante em chefe” das forças armadas de um país cujo gasto militar supera o do conjunto dos países da orbe, com bases militares distribuídas em todos os continentes, a frente de todas as operações encobertas-clandestinas de seu diversificado, complexo e enorme aparato militar e de inteligência está seguindo a estratégia imperialista de terrorismo global de Estado A prova dessa afirmação é a proposta de incremento ao orça - mento militar do ano fiscal de 2018, considerado o maior da histó - ria dos Estados Unidos, e que repercutiu por se dar em detrimento de recursos e pessoal destinados a fornecer serviços sociais, cuida-
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