Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 136 — mas não de força de trabalho, que se vê exposta também à crimina- lização, perseguição e agravamento de suas condições de vida e de trabalho. Portanto, milhões de pessoas na qualidade de trabalha- dores sem documentos, erroneamente chamados de “ilegais”, têm seus direitos humanos violados. Isso significa que toda a armação de coesão, controle, media - tização, regulação e canalização de contradições sociais baseadas no reconhecimento de conquistas sociais, contratos, sindicatos etc. vêm abaixo e a dominação fica exposta, nua, sem qualquer media - ção, repercutindo brutalmente nos direitos humanos e na própria sobrevivência mínima de milhões de seres humanos. O termo ocupação integral tem sido usado para descrever o processo de globalização e privatização através do qual, aberta ou silenciosamente, as economias de nossos países, todos os setores e ramos do Estado, o patrimônio cultural, os recursos naturais e estratégicos de nossas nações estão sendo integrados nos tratados de “livre comércio”; aos planos como o Puebla Panamá, reciclado no Projeto Mesoamérica; aos interesses e condições impostas pe- las grandes corporações transnacionais sob a proteção e a hege- monia político-militar do que Samir Amín chama de “imperialismo coletivo”, que hoje predomina em esfera planetária liderado pelos Estados Unidos da América (Casanova et al., 2007). Pablo Gonzá- lez Casanova (1998) considera, precisamente, que a globalização atual é um processo de dominação e apropriação do mundo. Tendo um substrato econômico que abre as fronteiras nacionais ao capital transnacional, particularmente à sua fração financeira especulati - va, garantindo ótimas condições de lucratividade, a globalização capitalista neoliberal manifesta-se em todos os espaços políticos, ideológicos e culturais de nossas sociedades através da intervenção permanente e decisiva do Estado.

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