Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 133 — O crime organizado, em razão de seu poder econômico, pe - netra facilmente nas estruturas militares através de sua cooptação, corrompendo a instituição armada desde a tropa até os altos ofi - ciais, convertendo-as em cúmplices da ação criminosa. Os recursos materiais das forças armadas estão em desvan- tagem em relação aos do crime organizado, que conta com os mais modernos meios de comunicação e intercepção de sinais, arma- mentos, veículos, aeronaves, navios e infraestrutura operacional, proveniente principalmente dos Estados Unidos. A saturação das missões das forças armadas traz consigo desgaste e deserções (trabalho de inteligência, segurança pública, luta contra o crime organizado, repressão da dissidência social e contrainsurgência – que incluem várias tarefas de trabalho social e propaganda entre a população civil –, contingências e desastres naturais etc.). Predominância do narcotráfico marítimo e, consequentemen - te, fracasso na contenção de carregamentos de drogas diante da ob- solescência das embarcações e recursos da Marinha Nacional. Resultados nulos, perda de prestígio, invasão das esferas de competência internas entre Exército e Marinha e entre as várias instituições civis federais e estaduais. Investimentos inúteis na compra de transporte aéreo e maríti- mo inaproveitáveis e inseguros, principalmente dos Estados Unidos. Ausência de monitoramento pelo Congresso Nacional e pela sociedade civil do orçamento militar, que se transforma num butim propiciador também de corrupção e discricionalidade nas despe- sas públicas. 47 47 A ese respeito ver: Gilberto López y Rivas et al. Las Fuerzas Armadas Mexicanas a fin del milenio (1999), e Gilberto López y Rivas, “Las Fuerzas Armadas en la Transición Democrática”, em El Ejército y La Constitución Mexicana (1999).

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