Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 13 — modo que os Estados Unidos são cúmplices tácitos de operações dos serviços secretos terroristas de outros estados” (Grachiov, 1986, p. 113-117). Assim, apesar de seu estilo dissonante em relação à etiqueta da classe política das últimas décadas, Trump, como qualquer pre- sidente dos Estados Unidos, protege os interesses estratégicos da potência imperialista, do Pentágono, dos representantes das indús- trias militares que são o pivô da economia estadunidense. Ele sabe que esse negócio não pode parar. Trump tem todas as caracterís- ticas de um fascista: seu nacionalismo exacerbado, sua misoginia, sua política anti-imigração, sua xenofobia. O fascismo, não se pode esquecer, é uma expressão do capital financeiro, ao considerar que é indispensável apertar os parafusos para impor sua dominação e controle, é o terrorismo da burguesia, a violência extrema aplica- da à dominação e à exploração de classe, na qual não se respeita nenhum direito. Mas também, Trump é o comandante em chefe do exército mais poderoso do planeta e, claro, esse personagem e os truculentos falcões que fazem parte de seu gabinete podem levar o mundo a um beco sem saída, a uma situação irreversível, como a que provocaria uma intervenção militar na Venezuela. Em resumo, Trump está dando continuidade às ações milita- res e de inteligência de seus antecessores. Nessa direção, e a partir da análise das operações clandestinas que o governo dos Estados Unidos tem levado a cabo em escala planetária durante os recentes governos de republicanos e democratas, das respectivas presidên- cias de Bush filho e Obama, propus o termo terrorismo global de Estado, que será exposto adiante. Esse terrorismo global de Estado tem sido acompanhado pela cumplicidade dos órgãos de segurança interna de Estados, caso do Brasil após o golpe de estado de 2016, que operam de maneira subordinada aos interesses de dominação do capital financeiro, predominantemente estadunidense.

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