Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 125 — mentos que violam suas próprias regras e as regras internacionais quanto ao devido processo e tratamento dos detidos. Os Estados Unidos faz uso de torturas físicas e mentais contra estes detidos e contra seus familiares, e estas resoluções não se baseiam em orde- namentos jurídicos, mas em razões políticas. O caso paradigmático deste duplo padrão é o do terrorista Luis Posada Carriles, que participou de múltiplos ataques em Cuba e em outros países, um dos quais foi a explosão de um avião cubano com 73 civis a bordo, sem que tenha sido julgado pela justiça dos EUA. O caso dos cinco heróis e as ações estadunidenses no que se refere a Cuba têm evidenciado o fiasco de Barack Obama e de sua retórica. Apesar desta última ter servido para vencer as eleições e convencer inúmeras pessoas – mesmo das esquerdas – sobre a possibilidade de mudanças na política interna e internacional dos Estados Unidos, suas ações, nos dois períodos de governo, mostram que essas esperanças foram baseadas em ilusões e análises errô - neas acerca do papel das personalidades nas determinações estru- turais do complexo econômico-político-militar do imperialismo es - tadunidense. Assim, Obama sustenta o bloqueio a Cuba, apesar da condenação quase universal, se associa à blogueira Yoani Sánchez, para incrementar seu preço no mercado das consciências, e não faz uso de seu poder legal e constitucional para outorgar a liberdade dos três patriotas que ainda permanecem presos. Destaca-se o silêncio dos grandes meios de comunicação nos Estados Unidos sobre o caso dos cinco heróis. Salvador Capote, em seu excelente artigo “Los 5 y la propaganda encubierta”, publicado há alguns anos pelo jornal Rebelión, informou que esse silêncio, ou artigos, editoriais, programas de rádio e de televisão contrários aos cinco têm recebido pagamentos clandestinos, mas seguros. Este colega comentou a denúncia do Miami Herald , baseada em docu- mentos que perderam o sigilo, de pelo menos dez jornalistas locais