Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 122 — E são bancos “limpos” e honrados os que realizam essas operações, os mesmos que lidam com o ca- pital financeiro transnacional, que agora controla a economia mundial, e aos quem o Sul pobre e de- pendente deve cifras astronômicas na qualidade de dívida externa. (Colussi, 2010, p. 11). Mas, além de um enorme negócio, o tráfico ilegal de drogas tem outro significado: é usado como mecanismo de controle das so - ciedades. Trata-se de um dispositivo que permite uma supervisão do coletivo pela classe dominante. Passa-se a controlar a sociedade em seu conjunto, militariza-se, tem-se a desculpa ideal para que o poder possa mostrar seus dentes. Uma população assustada é mui- to mais gerenciável. Por sua vez, o imperialismo estadunidense vem aplicando de forma contínua um suposto combate contra o negócio de drogas ilícitas, cujo objetivo real, como já dito, é permitir que os Estados Unidos intervenham onde desejem, tenham interesses ou se sintam afetados. Reiteramos que acabar com o consumo é algo absoluta- mente fora dos seus propósitos. Esta é uma política consubstancial aos seus planos de controle global. Graças a ela, o governo dos Esta- dos Unidos tem uma arma de dominação político-militar. Na reali- dade, o suposto combate ao narcotráfico é a montagemde uma peça teatral sangrenta. É um combate frontal contra o campo popular organizado, no qual, na Colômbia, e agora no México, por exemplo, as oligarquias e seus governos foram docilmente subordinados às estratégias dos Estados Unidos. A criminalização das resistências, a militarização e paramilitarização de nossos países é uma plata- forma para a contrainsurgência. O consumo induzido de drogas é parte medular da manutenção do sistema capitalista, tanto quanto a guerra, de modo que o autor levanta, em sua conclusão, a mesma disjuntiva de Rosa Luxemburgo: “Socialismo ou barbárie”.
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