Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 12 — emergência de um Estado transnacional que existe para funcionar como a autoridade coletiva para a classe governante global: o Esta- do nacional não mantém sua primazia e nem desaparece, mas está se transformando e tem sido absorvido por essa estrutura mais ampla da transnacionalidade; esse Estado emergente instituciona- liza uma nova relação de classes entre o capital global e o trabalho global. Consideramos que essa tendência não vai mudar, apesar do neoprotecionismo de Trump e de suas contrapartes europeias Três décadas atrás, o colega então soviético A. Grachiov, em seu livro Bajo el Signo del Terror [ Sob o signo do terror ] (1986), após realizar um levantamento das operações militares abertas e enco- bertas realizadas pelos Estados Unidos na América Latina, Ásia, África e na própria Europa – de acordo com o Instituto Brookings, entre 1945 e 1975 os Estados Unidos empregaram ou ameaçaram usar a força em 215 ocasiões para alcançar seus objetivos de políti- ca exterior –, caracteriza essas ações justamente como “terrorismo global de Estado, mais criminoso ainda porque se apoia no gigan- tesco poderio bélico e no aparelho subversivo ramificado do maior Estado capitalista” (Grachiov, 1986, p. 109). O autor se refere a como os Estados Unidos elevaram o terro- rismo à posição de política de Estado, apontando a Agência Central de Inteligência (CIA) como órgão fundamental do governo estadu- nidense para as “tarefas sujas”, a quem caberia organizar e realizar ações subversivas e de sabota- gem contra outros países, realizar atentados contra estadistas estrangeiros, preparar fraudes e divulgar calunias. Deste modo cumpre a função de terrorista profissional a serviço da casa Branca [...]. Às opera - çõoes secretas de responsabilidade da CIA deve-se acrescentar sua estreita colaboração com outros serviços secretos de regimes reacionários [...] de
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