Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 117 — ram ativamente de todos os golpes de Estado, incluindo os mais re- centes, como o levado a cabo na Venezuela em 2002, contra o presi- dente Chávez, e em Honduras, contra o presidente Celaya, em 2009. O grande historiador, militante e jornalista Gregorio Selser es- creveu uma monumental Cronología de las intervenciones extranje- ras en América Latina (1994), que começa com a independência dos Estados Unidos em 1776 e termina com a invasão estadunidense ao Panamá em 1989. Aqui encontramos toda a história do continente, desde o Alasca até a Patagônia, com a descrição de mais de 200 anos de lutas emancipadoras, guerras civis, conflitos fronteiriços, trata - dos de limites, acordos comerciais, acordos diplomáticos, golpes de Estado, assassinatos políticos, rebeliões armadas, movimentos in- surgentes, negociações de paz, eleições. Em mais de duas mil pá- ginas, Selser descreve a atividade de presidentes, militares, embai- xadores, líderes populares, agentes secretos, guerrilheiros, heróis, mártires e traidores e, como esperado, o grande interveniente pro- tagonista – que foi pressagiado por Simon Bolívar e José Martí –, os Estados Unidos. Atualmente, são várias as formas pelas quais se sente a supre- macia estadunidense na América Latina. Ela fragmenta a região, faz os governos se enfrentareme impede umprojeto de unificação regio - nal com maior amplitude e alcance do que o proposto pela Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA). Uma dessas é o Acordo de Livre Comércio (TLC) e seu correlato, o Projeto Mesoame- rica (ou Plano Puebla Panamá), que os Estados Unidos impuseram a vários de nossos países. Para o caso mexicano, este Tratado e Projeto fizeram parte de um processo de ocupação integral contemporânea – denunciado pelo Grupo Paz comDemocracia –, a partir do qual se tem desregulado o patrimônio nacional, provocado o desmantelamento e a venda para o capital estrangeiro de toda a instalação industrial produtiva, assim como a mercantilização do campo, perdendo-se a soberania alimentar e o aprofundamento da integração territorial,

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