Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos
— 109 — armas nucleares. No caso da Europa, o Relatório dedica-lhe apenas quatro parágrafos, em que reconhece seu desenvolvimento econô - mico, analisa o potencial militar e o compromisso com o tratado do Atlântico Norte, bem como suas possibilidades de uma participação militar mais ativa fora da geografia europeia. Paradoxalmente, e é o mais notável do Relatório, os estrategistas estadunidenses não previram a crise econômica que estava bem embaixo de seus nari - zes, nem lhes ocorreu que a Criméia poderia voltar a ser parte da Rússia, ante a grande provocação estadunidense na Ucrânia. As guerras justas de Obama A propósito da evocação do conceito de “guerra justa” por Ba - rack Obama, no momento em que recebeu o imerecido e despres- tigiado Prêmio Nobel da Paz, é necessário recordar V. I. Lenin em sua análise da Primeira Guerra Mundial, na qual estabeleceu alguns critérios gerais para o estudo do conflito bélico: a. condena as guerras entre os povos como algo bárbaro e feroz; b. estabelece que cada guerra deverá ser estudada em seu contexto e particularidade histórica; c. percebe o laço inevitável que une as guerras com a luta de classes no interior de cada país; d. reconhece a legitimidade, o caráter progressista e a ne- cessidade das guerras civis que lutam os oprimidos contra seus opressores, que faz parte do direito dos povos à rebe- lião, à revolução e à resistência; e. emprega o termo “guerra justa”, que segundo ele foi uma expressão introduzida por W. Liebknecht, quando se re- fere às guerras de libertação nacional , ou pela “defesa da pátria” só no caso dos Estados oprimidos, dependentes,
RkJQdWJsaXNoZXIy MTA3MTQ=