Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos

— 100 — tradicional, classificando a insurgência “liderada por Castro e por Che Guevara” na primeira, Vietnamna segunda, e a rebelião dos Huk, nas Filipinas, na terceira. Aprendendo por meio de suas derrotas militares – como a sofrida no Vietnam –, e que por certo nunca são mencionadas nos manuais estudados, insiste-se em que a missão primordial das for- ças especiais, na defesa estrangeira externa, é organizar, treinar, aconselhar e desenvolver a capacidade tática e técnica das forças militares da chamada “nação anfitriã”, de tal maneira que estas pos - sam derrotar a insurgência “sem o envolvimento direto dos Esta - do Unidos”. Isto é, pretende-se que os custos humanos, materiais e todo o impacto da guerra sejam pagos pela “nação anfitriã” e que os exércitos de nossos países cumpram com as diretrizes repressivas dos Estados Unidos contra toda a gama de movimentos sociais, que sempre podem ser considerados como acessórios ou cúmplices dos insurgentes. A “guerra contra o narcotráfico”, no México, por exem - plo, que contabiliza, em mais de sete anos, aproximadamente 120 mil mortos, milhares de desaparecidos e uma agressão permanente contra os movimentos populares, foi imposta pelos Estados Unidos e levada a cabo por Felipe Calderón, presidente ilegítimo da “nação anfitriã”, e, agora, por Enrique Peña Nieto, sem que os Estados Uni - dos sofra minimamente suas consequências. O manual especifica que a “nação anfitriã” sempre pode obter equipes e equipamento dos Estados Unidos para enfrentar a amea- ça interna à sua segurança causada por indivíduos sem lei como os narcotraficantes, que, no caso mexicano, se plasmam com a Inicia - tiva Mérida. O que não se informa no documento é que o governo desse país também fornece armas aos próprios “indivíduos sem lei”, e inclusive lava o dinheiro de suas operações criminosas, como se vem documentando também em La Jornada , porque a guerra é instrumental à estratégia estadunidense de tomar o controle da “nação anfitriã”.